
Maria do Rosário, no seu discurso que gerou a tamanha confusão, não falava dele ou sobre ele, falava sobre Direitos Humanos e sobre o relatório da Comissão da Verdade, pois estava naquele momento no seu dever como deputada, mas movido por uma discussão anterior, ele, Bolsonaro, resolveu utilizar o infame texto: "não te estupro porque não merece"... o resto é consequência.
Afinal, que ser humano, por pior que seja, merece ser estuprado? E mais de que merecimento ele se refere? Será por ela não ser uma modelo capa de revista? E ser linda torna qualquer pessoa, digna ou indigna de ser estuprada? Que direito esse cidadão tem de proferir tais palavras? Alguém com insatisfação com o governo e os atuais escândalos, como já vi, está a defender tal atrocidade, falando que "roubar pode, falar a verdade não"... e aí vem a pergunta: que verdade? Desde quando um crime de corrupção é justificativa para o crime de estupro ou apologia do mesmo? E desde quando os absurdos que se tem notícia na política são justificativas para tal atitude? Então essa é a lógica: pode matar, roubar, estuprar, violar direitos civis em nome do combate à corrupção... e aí me questiono mais: corrupção de quem? Se alguém disser Petrobrás, aí digo com força que um dos partidos mais beneficiados, segundo a imprensa é, adivinhem: O PP de Bolsonaro... que é da base aliada, pasmem.
Não será Bolsonaro mais esperto que todos os ladrões juntos? Em desviar a atenção de seu partido com palavras estapafúrdias? E agora se vê a turba para defender o deputado desqualificando de todas as formas a deputada, chamam de corrupta, mentirosa, etc. Pergunto de novo: na falta de bons argumentos ou qualquer argumento que seja para defender o deputado, vale desqualificar a vítima?
Isso me fez lembrar daquela pesquisa que mostrou que um grupo grande de brasileiros acreditam que as mulheres merecem ser estupradas e pior, quem respondeu isso foi um grupo numeroso de mulheres... aliás, tem um grupo gigantesco de pessoas, os "corajosos" da internet, que jamais falariam tais absurdos em público, no cara a cara... os motivos são óbvios... mas que se sentem representados por tal homem... então reitero o que digo da seguinte forma: em um país, cuja sociedade rejeita a pacificação e os direitos básicos, a culpa das agressões é da vítima, não do agressor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Tenha consciência do que você vai comentar.