![]() |
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, participa de culto da Bancada Evangélica em fevereiro (Agência Câmara) |
Por Helder de Lima
Graças ao voto conservador para a Câmara Federal e à presença de
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Casa, trabalhadores e outros
segmentos da sociedade brasileira se mobilizam para impedir o Projeto de
Lei 4.330, que expande a terceirização para as atividades-fim das
empresas, e a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
Muito da onda conservadora que varre a Câmara ganha apoio da bancada
evangélica, que é a terceira da Casa em número de parlamentares e a
primeira a defender os “valores sagrados” da família, contra os direitos
dos segmentos LGBT e dos grupos de direitos humanos.
Mas, afinal, o que se passa com a bancada evangélica e como entender a
sua ascensão em um país que hoje vive a contradição de ter um governo
central progressista e um parlamento conservador? A jornalista e professora Magali do Nascimento Cunha, da Universidade
Metodista de São Paulo, que desenvolve estudos sobre a bancada
evangélica, afirma que a pauta dos evangélicos hoje encontra eco em
outros setores da sociedade e, por isso, a sua repercussão.
“Mais recente é o forte tradicionalismo moral que tem marcado a
atuação da Frente Parlamentar Evangélica, que trouxe para si o mandato
da defesa da família e da moral cristã contra a plataforma dos
movimentos feministas e de homossexuais e dos grupos de direitos
humanos, valendo-se de alianças até mesmo com parlamentares católicos,
diálogo historicamente impensável no campo eclesiástico. Este discurso
tem um apelo que atinge não só evangélicos, mas também católicos e
outros grupos sociais mais conservadores que nem são ligados à
religião”.
Em entrevista, a professora faz um balanço destes primeiros tempos da
bancada na nova legislatura, mas adverte que não podemos falar em uma
representação unificada dos evangélicos na Câmara, a despeito de sua
força: “Primeiro porque ‘evangélicos’ é um segmento social de uma
diversidade que em um parágrafo já não se pode explicar. Falamos de uma
enorme gama de grupos desde os históricos ligados à Reforma Protestante,
os pentecostais relacionados aos movimentos avivalistas nos Estados
Unidos e na Escandinávia, aos grupos independentes nascidos no Brasil
desta ou daquela experiência e que se concretizam em incontáveis
denominações”.
Texto na íntegra: www.pragmatismopolitico.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Tenha consciência do que você vai comentar.