Ultimamente percebo que a sociedade de consumo vem fazendo as pessoas se
manterem cada vez mais sozinhas e felizes. Hoje, para muitas sociedades
ditas evoluídas ser solteiro é o máximo. Eu concordo, mas um dia você
cresce e percebe que falta algo e casa. Só que não! Hoje, muita gente
casa de forma descartável e o amor, ah o amor... virou status...
No tempo dos meus pais ser solteiro depois dos trinta anos era uma condenação, se fosse mulher então, uma condição de flagelo social, ela, a mulher não casada ou solteirona, coroa, virava a chacota, a renegada, a infeliz, mesmo que sua amiga casada tivesse mais motivos para chorar que ela, mas enfim...
Vejo que as coisas mudaram. Hoje as mulheres de quarenta anos solteiras e sem filhos são lindas, jovens, viajadas e inteligentes, mas o que há de errado com isso? A princípio nada, mas quando se adota uma vida absolutamente vazia e narcisista sim, tem algo de errado, muito errado.
Somos seres gregários e sentimos necessidades de convívio, de contato. Ser solitário ou ter relacionamentos frugais é saudável? Sinceramente não. Embora conheça pessoas solteiras que estão melhores que as casadas e que é melhor, muito melhor estar só que mal acompanhado, pois uma união infeliz e superficial é a pior das solidões, não há como fazer apologia a um modo de vida que privilegia o egocentrismo, o individualismo, a vida autossuficiente.
Sou sim adepta da independência, do ser bem resolvida, de não ficar grudada em alguém para resolver as coisas, de trabalhar, me sustentar, etc. mas autossuficiente é não contar com ninguém para nada, ser aquele (a) que se basta e isso é negar a vida em sociedade... e cá para nós, ser sozinho é uma porcaria...
Evidentemente, existem pessoas que não estão sozinhas por convicção, são pessoas que emocionalmente ainda não resolveram conflitos internos e precisam sim estar sós para conseguir enxergar seu próprio valor e não estragar bons relacionamentos com carências excessivas ou ciúmes desmedidos ou mesmo aquelas que precisam mesmo desenvolver o amor próprio e parar de dar importância para o desamor e os maus tratos...
Porém, preferir o smartphone a uma boa conversa, os seriados de TV a um
jantar romântico, ou mesmo um saudável arranca-rabo com o parceiro para
evitar conflitos é minimamente infantil e não ajuda ninguém a
crescer... será que nos tornamos eternas crianças mimadas?
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