Foto: Jefferson Lázaro |
Na tarde de ontem, terça-feira (21) a Câmara Municipal de Macaíba realizou uma Audiência Pública abordando o tema da Igualdade Racial na cidade. A audiência foi uma propositura do ver. Emídio Júnior e contou com a presença de grupos religiosos de matriz africana, quilombolas de Capoeiras e negros e negras que atuam em Macaíba em vários seguimentos da sociedade.
Confira abaixo um resumo das falas dos representantes, onde abordaram a luta do povo negro contra o racismo e a intolerância religiosa e propostas para organizar grupos que possam pensar a temática na cidade:
Srg. Regina propôs a câmara municipal de Macaíba uma capacitação para os servidores e assessores dos vereadores, com o intuito de combater o racismo e a intolerância religiosa em janeiro de 2018. O presidente da câmara Gerson Lima comunicou que a câmara vai abraçar a iniciativa.
"É uma satisfação está aqui pela primeira vez [...] estou muito feliz, sou um pouco tímido, talvez pelo preconceito na escola, sofri uma certa descriminação por ser filho de pai de santo, por seguir uma religião de minoria, chamar o nome de Deus de Oxalá [...] sou uma prova viva de que o preconceito não abalou minha fé nem mudado meu caráter, fiquei mais convicto do que eu sou e do que eu tenho que seguir"
“Seu Manoel, analfabeto, tinha um sonho de ver os seus sete filhos alfabetizados. Em meados dos anos 60, seu Manoel cela o seu jumento e vem até Macaíba ao lado de Zeca Irineu, pai do ex-vereador Zé Irineu, e vieram na casa da então prefeita Mônica Dantas e ele fez um pedido: queria apenas que lá fosse construída uma escola para que os meninos de capoeiras, juntamente com os filhos dele, fossem alfabetizados. E dona Mônica, numa atitude brilhante construiu a escola. (…) A escola se chama Santa Lúzia. Tenho certeza que Santa Lúzia não ficará com raiva de seu Manoel, se essa Câmara, daqui a um ano, aquela escola Santa Lúzia passar a se chamar Manoel Pedro de Moura.”
"Estou aqui para somar [...] eu dei o primeiro passo na legislatura passada, apresentei o projeto de lei municipal solicitando o reconhecimento do dia municipal da consciência negra [...] o poder público executivo sofreu, porque a representação das nossas industrias (foi contra) [...] não é fácil, eu pedi, o veto veio e voltou aqui [...] e o projeto teve o veto parcial e a casa por sua maioria apreciou. [...] A lei municipal é a 1807/2016 e eu fico muito feliz por ter dado esse passo."
Veja a audiência pública na íntegra
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